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Mostrando postagens de abril, 2012

Abra a Janela

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Não sei porque Você carrega tanta tristeza São cicatrizes expostas Em toda esquina as vejo... Há palavras pesadas Lágrimas nos adjetivos Segredos...mas que segredos? Que tanta vida é esta, Que oculta sem razão? Que tantas cores são estas, Que esconde de si mesma? Pare um pouco com a tinta negra Cesse a dor para um riso Cesse o lamento para um predicado Aja! Faça o que tem que ser feito Não espere muito Recebo tuas cartas, sim Tocá-las posso Mas respondê-las, não... Faz bem para mim e para ti Quero que seja feliz Quero que viva intensamente Saia do quarto que te asfixia Saia dessa melancolia comprada Sem necessidade alguma Viva, querida... Abra a janela...

Titanium - David Guetta

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[Conto] Monólogo

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Nota: Trata-se de conversa entre uma personagem minha e um pequeno impulso eletromagnético. A personagem feminina narra como se a história fosse dela. Estava sentada no meu campo meditativo, quando enfim invocaram-me para um diálogo. Era um homem de cabelos grisalhos, usava uns óculos que rejuvenesciam sua feição, beirava os trinta anos de idade. Creio que ele não sabia quem era nem onde estava. Parou à minha frente. - Olá, por que paraste de escrever? - indagou o meu opositor. - Porque me faltam motivos - respondi. - Lembro-me que escrevias quando doía-te a alma. - Decerto, todavia minha alma descansa perene no vácuo. - Sentimos falta dos teus textos. - Meus textos não têm nada a acrescentar. São ilusões pictóricas. São sentimentos alheios que furto de transeuntes alienados. - Alguém específico? De quem se trata? - Segredo. Tudo que me vem a sete chaves de forma alguma é destrancado. Sou silenciosa como a morte e confiável como uma serpente, pois mesmo o a...

[Poema] Dedução

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Cai-me como chuva a necessidade De escrever sempre e sempre Poemas para que adormeças... É tão implícito, Tão inerente Que sem querer Ao falar, Ao piscar dos olhos, Ao respirar, Estou me fazendo poema Para ti... Tento manter com a alma O que quase aniquilaste. O tempo passa E cada dia Eu crio uma nova musa Todavia com os teus traços Os olhos morenos A pele castanha Estás impressa nelas Feito estigma... Minha atenção era teu brinquedo preferido... Faço um apelo como quem tem sede: Lembra-te daquelas tardinhas De conversas infinitas, Quando te ouvia Como quem ouve música. Quando o mundo era eterno, Quando o tempo Não passava de uma palavra Sem sentido algum para nós. Lembra-te. Não tínhamos ciência Do que era o tempo. Notei a presença dele Ao contar as horas Perceber os dias Sofrer os meses Em que não te vejo mais... O interesse corrompe a lei. Tínhamos uma lei, O nosso código. O qu...

[Poema] Novo Tempo

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Silêncio Palavra voraz no tempo É meu peito entristecido Mas a razão ignora... Passou Mas quem sabe volta A roda gira E gira Um momento embaixo No outro em cima Um dia volta ao começo Onde tudo fez sentido Um dia que foi claro Mas que por um breve período Tornou-se negro... Não quero mais esta cor... Adquiri um pincel novo Meu pai me deu o melhor que encontrou... Doer, dói Ferir, fere Do lamento surge um botão de rosa... A órbita da vida Como no universo inteiro Retorna ao princípio Mas e você? Estaria preparada Para desenhar comigo?

[Conto] O Louco

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Era tarde, o sol já estava se despedindo depois de mais um dia exaustivo de calor.  Labutando em seu céu esplêndido e vasto. Comecei a refletir sobre o sol. Vendo-o em sua rotação, mas quem estava em rotação era a terra não o sol. Mas da forma como eu via era o sol quem girava, isso basta. Era tarde já trocando de cor para noite. Mas o sol ainda me deixava em estado de reflexão. Meu pai deveria ser um sol. Brilhando em nossa família, alimentando-nos e nos dando o colo quente de um fim de noite, após a janta. Meu pai não poderia ser um sol à noite. Entretanto como no universo era escuro parecendo noite perene, e brilhava o sol na intensidade dos seus 5000 graus, ainda posso concluir que meu pai era um sol, para mim e meus irmãos, mesmo no escuro. Ele nos aquecia e nos alimentava, como o sol aquecia a terra e alimentava as plantas. Meu pai sendo o sol, minha mãe poderia ser a lua. Sim, a lua. Refletindo a luz dele para nós, pois ela era seu espelho. A lua girando ao redo...

[Conto] Meu Filho

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A visão de uma mãe... Desde que eu era criança, tinha uma imensa vontade de ser mãe. Quando brincava sozinha com minhas bonecas ou quando brincava com minhas amiguinhas, sempre querendo ser a mãe. E quando me casei não tinha outra coisa em que pensar, além do meu marido: ter um filho. Depois de dois meses de casada começaram os sintomas da gravidez. Fiz o exame e foi confirmado o que já sabia. Crescia dentro de mim o sonho que sempre alimentei. Eu estava muito feliz. Sempre passando a mão na barriga, acariciando, contando histórias para uma pessoa que um dia sabia que iria conhecer. Uma pessoinha que previamente conheci antes mesmo de ela chegar. Depois de alguns meses soubemos o sexo: um menino. Era meu sonho se concretizando, pois já lhe tinha o nome na mente, desde sempre. Paulo. As dores também vinham me assaltar, mas não se comparavam à alegria que não conseguia traduzir. Acho que o que mais se aproxima do que existia dentro de mim era a frase “padecer no paraís...