Céu e Inferno

Susana sorria com o marido dentro do carro enquanto estavam indo para a casa da mãe dela. Enquanto ele dirigia havia contado uma dessas piadas muito sem graça, mas que ela fingiu achar graça, para não deixá-lo sem graça. Cada um se respeitava desta forma, querendo deixar o outro à vontade. Não brigavam, mas as discussões eram salutares, desentendimentos eram passíveis de acontecer, mas não eram tratados como o fim do mundo. O caminho para a casa da mãe durava algo em torno de meia hora. Chegariam logo. Ela estava feliz, conseguira adiantar suas férias e poderia curtir o restante da gestação em casa. Carregava no ventre um filho de oito meses. Ele, Oscar, trabalhava como gerente de banco. O dia anterior, sexta-feira, começo de mês, era daqueles mais trabalhosos, porém ele não queria pensar naquilo. Era momento de descansar. Na casa da mãe de Susana estariam também outros parentes. Oscar estava falando sobre seu cunhado. - Você ri porque não é contigo. Ele fica lá todo im...