Postagens

Mostrando postagens de julho, 2012

Um Sonho

Imagem
Não tenho muitas palavras Para ti esta noite. Se tivesse uma ao menos Diria para sonhar Sonhar cada vez maior E fundo Para poder enterrar E ninguém descobrir... Marcar num mapa O mapa do tesouro Oculto em algum lugar  Desta vasta esfera. Fizeste o conforme  Mas algum tempo depois Com o tempo correndo entre páginas Já não tinhas o mapa Esqueceste o sonho E me chamaste para procurá-lo... Fomos ao fim do mundo Entre um lugar e outro Navegamos por Veneza Em certo ponto Viajamos à África Egito foi o lugar Entre uma tumba e outra Como escavadores Nada... Nada achamos a não ser riquezas Todavia não era o que querias O que procuravas valia mais Encaminhamo-nos ao monte Everest Nunca tinha viajado de navio Mas nessa empreitada descobri Que navegar era preciso E os ventos eram diferentes Do que sentia quando estava em terra... Eras a capitã E para onde fosses eu iria Vieram tormentas e chuvas ...

Apesar de Tudo

Imagem
Essa é a magia de deixar algo escrito,  Fazer sentir que foi escrito agora... Trazer para fora sentimentos  Que são guardados no obscuro lago da inconsciência Poetas nascem com este intuito: despertar. Despertar o amor e a dor nos corações alegres e aflitos. Trazer esperança para o que padece... Acalanto para o que está só,  Num quarto de hotel,  Tendo somente um livro como companheiro... A poesia vive, apesar do mundo nos sufocar,  Ela vive, escondida às vezes, esperando ser traduzida... Esperando o momento certo de plantar um sentimento bom,  Deixar a expectativa de que as coisas são possíveis  Apesar de tudo. Uma força sobrecomum talvez, algo mágico e belo.. Escrever poemas é como construir um mundo... Vejo as folhas voando pelo meu quarto enquanto escrevo,  As palavras querem ser colhidas... Escolho as melhores que posso,  Todavia outras mais belas, shakesperianas até,  Vêm aos meus ...

O Cientista

Imagem
Queria dizer o quanto sinto Tudo que houve Estou sozinho A vida é tão difícil Que me encontro às vezes Submerso, Submerso... Ninguém sabe o quanto é raro Viver e saber que vive Ninguém sabe O que significa um minuto Para quem está à beira da morte... Cada dia eu recomeço E deixo de contar o tempo Não quero contar o tempo... Torno-me novo Um homem mais forte E também sensível Sensível ao vento Sensível à lembrança... Você dança Eu admiro Você ri Eu rio junto Saio da janela Você continua  Dançando... Vejo teu rosto Enquanto caminho no frio da noite Enquanto me aperto no casaco Mas tua lembrança é quente Dentro de mim... Como é tão... Tão... Procuro a palavra certa Que complete a frase acima Não encontro... Adorava teus olhos Aqueles grandes olhos castanhos Teu corpo enlaçado ao meu Tua mão macia acariciando a minha Na beira da lareira Enquanto ouvíamos The Scientist Você adorava ...

Memória Deletada

Imagem
Eu te lembrei hoje Era a bela jovem De seio tenro De lábios vermelhos De olhar cândido E sorriso furtivo Daqueles sempre presentes No canto da boca... Teu jeito se me apresenta Como se agora fosse Como se eu por um instante Pudesse te roubar no pensamento A lembrança vêm à tona Para a realidade Como um ato De ilusionista... No meu ouvido você diz: Onde estou na tua vida hoje? Por que sempre me esconde? Por que não me procura? Por que me ofende? Nem me defende... Que espécie de escrava sou eu? ela pergunta. Por que eu ainda vivo na tua mente? Por que não me liberta Se de fato não me quer? E eu não quero Nunca quis Mas te prendo Para saber Que por um dia te tive Que a bela morena De cabelos castanhos Lisos até a cintura Que teimava em usar aquele batom Daquele vermelho bem escarlate Que me incitava A prendê-la nos sonhos Saber que ela foi minha fantasia Da juventude... Eu não quis acordar Mas...

Véspera do Fim

Imagem
Nota: Este conto começa com uma música. Uma melodia que segue todas as linhas escritas. Eu não consegui escrever este conto ouvindo outra coisa. E quando tentava escrever sem ouvi-la, nada saia. Esta música está intrinsecamente ligada ao conto. Durante todo ele é ela que o personagem ouve. Ela me guiava na história. Seu tom é triste, assim como a vida do personagem. Se puder, ouça-a, enquanto lê. Ela se chama Time, de Hans Zimmer. Somente o som, sem vídeo. Também no transcorrer do conto há uma sensação de pés na areia, molhados pela água do mar, que vai e vem. Capítulo 1 Estava em pé. A imensa mesa vazia de pessoas em suas cadeiras infligia à sala uma atmosfera de consternação. Prosseguia em pé, com as mãos na mesa, meio curvado para frente, olhando os rostos invisíveis que estavam ali, vendo-o com inveja. Talvez pelo cargo, ou o dinheiro, ou a vida de regalias às quais eles mesmos não podiam nunca experimentar. Eram seus fantasmas agindo. O resto de luz do sol daquele fi...