[Poema] Antítese
Dispo-me dos sonhos
Eles nunca cobriram minha vergonha
Dispo-me da esperança
Pois meu futuro é negro
Jovem ou velho
Não importa
Eu fui e serei
Talvez,
Não sei.
O hoje que me alegra
É uma tese,
Que se transforma
Em antítese
Quando abro os olhos.
E mais à frente
Justo quando me dão
Experiência
Prevejo a síntese.
E tudo muda
Meu conceito equivocado está
Meu direito, está do lado
Ao lado, do lado de lá.
Dispo-me
Arranho-me
Devoro-me tal qual leitor.
Sou meus olhos
Percorrendo as imagens
As formas que já não entendo
As letras esmiuçadas
Embaçadas
Que sofrem mitose
Que se fragmentam ao choque
Do meu olhar...
Tento ver o tempo
Tento ver o que está ocorrendo
Faço planos
Não faço
Eu crio e derrubo
Eu pinto e rasgo
Eu corro, sem saber
Mas corro.
E é esta vontade de gritar
De botar para fora
Tudo que aqui vive.
De explodir
E na explosão levar comigo
Aqueles que estão ao meu redor
Que me enxergam
Que me classificam
Que me sacaneiam
Que me julgam
Sem nem me conhecer...
E explodimos juntos
Todos nós
E findamos
Num big bang silencioso
Onde não há tempo
Não há grito
Nem julgamento...
Comentários