[Poema] Heterônimos
Ninguém entende meus heterônimos São outros dentro de mim que querem viver E não se preocupam de viver dentro da minha vida São outros, de outras épocas, de outros sonhos São poetas e reis, são escravos e fuzileiros...são tantos... São espasmos corriqueiros São vontades e ventania São chuva e nevoeiro São torrentes, calmaria... São homens e mulheres São vidas passando a mil Contam-me histórias belas Tristes e alegres e constantes Outras com fim... Sou o escape Sou a mão deles Sou a vida deles Sou tudo para eles E nem sei quando sou eu Para mim... Não cobro aluguel Não cobro tributo Se querem ficar, fiquem Mas de vez em quando Deixem-me ser eu por um minuto...