[Poema] Memento Mori


Parte I

Não podendo escolher
Enfim cansado de se debater
Do alto o homem se lança
Sem ar, fôlego, esperança.

Seu riso oculto invisível
Seu ostracismo indizível
Nada o impede do ato
Pois ser livre não lhe era inato.

Livre de si, de sua prisão
Livre de qualquer razão
Voar sem asas rumo ao chão.

Livre das amarras apertadas
Livre de sua culpa ocultada
Enfim suas dores estavam acabadas.

Parte II

Dias de glória se passaram
Suas histórias já não contavam
Pois sujou toda sua obra
E nada de bom já lhe sobra.

Um furacão, o vento impetuoso
Emoções voaram ao seu redor
Lembrar-se do inverno vergonhoso
Imputava-lhe mais e mais dor.

O tempo se foi por entre os dedos
Seus amigos já não estavam lá
Revelados foram seus segredos.

Impossível para alguém guardar
Porque sempre martelava o seu medo
De um dia sozinho novamente ficar.

Parte III

Não foi intencional tudo feito
Uma brincadeira para rir
Só que ninguém riu do efeito
Que isso causou ao vir.

Sempre as palavras o seguirão
As mesmas palavras que o aplaudiam
Agora lhe vertem acusação
Perante tudo que viram.

Um menino somente ele era
Perante outros mil que por aí navegam
Um menino que teve nas palavras quimera.

Pois lhe preenchiam o espaço vazio
Grandes amigos eles eram
Todavia a cena se fecha, na outra margem do rio...

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