[Poema] Êxodo


Borboletas como fagulhas do fogo
Imersas em suas cores assustadoras
Em cachoeiras oníricas implícitas
Revoando por entre nimbos e cirros
Alto como falcões de água...

A pequena criança sonha
Tornam-se reais seus pesadelos
São os medos em cores vermelhas
Rubros como um filete de sangue...

Passa o tempo, já não está lá
As horas tentam afogá-la.
É outra, com outros costumes
Em outras roupas que não são suas,
O tempo lhe trouxe.
Jazida no leito
Em cobertura de neve siberiana...

Levanta
Cresce, eleva-se dentro de si
Escala suas montanhas escarpadas
Sobrepuja-se acima da aurora
Encaminha-se, não sabe para onde
Mas tem a convicção que não pode parar...

Monta na borboleta de fogo domada
Cujas asas batendo formam chamas imensas
Cavalga acima da chuva torrencial
Acima dos seus sonhos e medos
                                                                                   A busca não tem fim...

Comentários

Andarilha disse…
Sabe...a linguagem que tu utilizas..vai além da imaginação...tuas poesias..assim..como..os..contos..são..como..uma..bela;..arte...arte..da..poesia...do verdadeiro poeta...te gosto..amigo!

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