[Poema] Começo, Meio e Fim




Parte I - Uso de Rimas

Sempre que eu pensava em beleza
Lá estava teu rosto, límpido, brilhante
Se era uma guerra eu estava sem defesa
Invadiste meu forte, sem causar agravante.

Outrora não havia esta saudade latente
Esta busca sem freios de ver tua face
Tal qual uma deusa, com poder veemente,
Esperando um louvor meu, dama de classe.

Esperando que meus olhos virassem chamas
Que minha boca tocasse tua boca - heresia!
Que minha voz erguesse em proclamas
Espectativa de que saísse de minha paralisia.

Como sempre se vê, num verdadeiro afeto
Haverá sempre um obstáculo - impedimento
Uma via monótona, um único trajeto
Que desemboca amiúde em sofrimento.

Parte II - Licença Poética

A sensação que ainda me causa
Sentir teu perfume, lembrar tua voz
Mantêm-me vivo, e ao mesmo tempo
Um homem sem destino, sem razão.
Ter-te perdido quando estava ao meu lado
Quando havíamos selado algo
Que há muito desejamos
Foi desespero em excelência.
No momento em que nos entregamos
De corpo e alma, através de uma aliança
Ela nos veio irrefreável e te obliterou.

Não havia um corpo, uma pessoa física
Que eu pudesse bater, matar, vingar-me
Não havia como ferir nosso inimigo
Pois ele não era de osso e carne
Era um substantivo
Não tenho muitas palavras, note.
Encerra-se o nosso ciclo.
Finda nossa narrativa.
O nome dela?
Ela se chama Morte.

Comentários

Andarilha disse…
Não dê nome aos sonhos............bjs.saudades..
Andarilha disse…
estou sempre aqui........

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