[Poema] Amo-te
Percebe meu jeito, olhar indeciso, não paro ou concluo...
E não sei se estou certo, prossigo aflito só te olhando,
Mas você altera o destino do olhar e se vai andando.
Na sala de aula, você não me nota, porém estou perto.
Ao lado, distante do mundo, de tudo, mas não de você.
A aula começa, não ouço palavras, senão as não ditas,
Que você me permite criar, são só as que posso ler.
Teu riso, teu jeito, tão simples, meu anjo, é singelo.
Embriaga-me, alegra-me, é tal que ao fim me felicita.
Deixa-me em transe, e as pernas um tanto trêmulas,
Um frio na barriga, um suor nas mãos, que me incita.
É diferente, nunca sentira isso antes, então só observo.
Mas lá dentro, no âmago do meu ser, não me agüento.
Imagino nós dois a sós, e nisso desviar minhas retinas
Pairadas em ti, linda, contra minha vontade, eu tento.
A aula termina, e então vagarosamente você se levanta.
A tua fragrância vem, os cabelos ao vento me encantam
E em frases sucintas só queria dizer que a ti pertenço
E que somente em você, linda princesa, penso.
Porém sou tímido, no meu infinito particular introvertido.
Mas amo-te tão só em oculto, oclusivamente em segredo.
Martirizo-me, inflinjo-me castigo como se fora culpado.
E o sou, de amor, porém não te digo, pois tenho medo.
E por mais que você não saiba, meu amor é de verdade.
É bem cúmplice, não lacônico, com pureza, e sinceridade.
E mesmo sem ter retorno, monólogo, e não correspondido.
Amo-te só, sem consolo, Amor, nestes versos escondido.
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