[Poema] À Procura

Alguém, com cuidado, pode me dizer
O que do mundo físico se leva
Desprovido de muita coisa perder
Riscos, dores, dúvidas, espera?

Pode me falar sem tartamudear
Parágrafos prontos ou frases feitas
Por um preço barato, que possa parcelar
Algo em que minha alma deleita?

Que não seja sonho, quimera, fantasia
Mas algo tangível, calmante em demasia
Que me satisfaça como uma amante
Que me tire o fôlego, deixe-me arfante.

Não pode ser ou pode por imposição
Sem pudor, levar aos céus e ao chão
Concomitantemente, seja odioso
E não abdique de ser amoroso.

Que seja o doce ou o amargoso fel
Que seja algo nobre, altivo e tolerante
E belo como uma pintura de Rafael
Precioso e soberbo como um diamante.

Não quero sol, lua, satélites, universo
Estrelas mortas ou anãs perdidas
Quero que minha amada, só esteja perto
E adjacente pelo resquício da vida.

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